Como a automação pode melhorar a gestão pública
Assim como as empresas privadas, os órgãos governamentais podem se beneficiar da
tecnologia, simplificando o acesso e oferecendo melhores serviços aos cidadãos
Enquanto a iniciativa privada está buscando se tornar cada vez mais eficiente e ágil,
com a implantação e uma busca constante por inovação, a gestão pública, em muitos
casos, não parece ser capaz de “competir” em prol da evolução dos seus serviços. A
tecnologia, porém, pode ser uma grande aliada do serviço público com foco em uma
gestão pública mais eficiente e voltada aos cidadãos.
O papel das pessoas envolvidas na gestão pública é fazer o melhor possível com os
recursos recolhidos a partir da cobrança de impostos. A partir disso, há uma série de
áreas a serem administradas com base no orçamento de uma prefeitura, estado ou
país: os salários de funcionários públicos, recursos para a saúde, educação, políticas
públicas, contratação de obras, entre as mais variadas demandas.
Apesar do grande volume de áreas a serem atingidas pelo poder público, trata-se de
um segmento que costuma sofrer com restrições orçamentárias para as áreas de
tecnologia e de pesquisa & desenvolvimento. Além disso, nem sempre é fácil fazer
ajustes de processos devido à complexidade dos dados e até mesmo de sua separação
em diversos locais.
Outra barreira comum são os aspectos burocráticos, que fazem com que essa
transformação seja mais lenta do que na iniciativa privada. Nesse contexto, é possível
pensar no uso de tecnologias como automação e machine learning, big data e
predições, entre outras, que contribuem para otimizar a gestão pública. Mas de que
maneira? As possibilidades são inúmeras, mas alguns caminhos são:
- Aprimorar a experiência do cidadão – Existe um comparativo inevitável entre o
atendimento da iniciativa privada e no poder público. Enquanto empresas investem
em chatbots, buscam formas de usar o ChatGPT, entre outros caminhos, muitos
governos, especialmente no Brasil, ainda estão na era analógica, exigindo dos cidadãos
se deslocar para marcar consultas médicas ou confirmar a matrícula do filho na escola. - Padronização de formulários – Sejam dados financeiros, de saúde, educacionais, é
possível modernizar e padronizar formulários e requisições. Esse cuidado pode
simplificar o processo para que os cidadãos tenham acesso aos mais variados serviços
públicos. - Controle tributário – A automação pode contribuir para uma melhor gestão
tributária, identificando inconsistências no pagamento de tributos (reduzindo a
sonegação fiscal) ou mesmo eventuais pagamentos impróprios. Da mesma forma, a
tecnologia pode reduzir a complexidade tributária do país por meio de sistemas e
formas de pagamento mais simples.
- Reduzir custos – Um processo de automação na gestão pública pode, assim como na
iniciativa privada, diminuir os custos dos serviços governamentais, seja com uma
adoção mais inteligente da companhia ou garantindo que funcionários públicos se
foquem em atividades mais estratégicas para o governo.
Para obter estes quatro benefícios, é preciso integrar informações entre diferentes
departamentos ou ministérios de governo sem ferir as leis de proteção de dados. Este
talvez seja um dos maiores desafios em função do tamanho da máquina pública – mais
complexa e amarrada, independentemente das esferas municipal, estadual e federal.
Mais do que a tecnologia: a confiança e a reputação
A tecnologia e a automação na gestão pública também podem atacar em outras
frentes que impactam diretamente na forma como o cidadão enxerga o poder público.
Embora isso possa ser visto com menor importância, também se reflete na
interpretação dos governos pela opinião pública. - Um crescimento em confiança – Ao observar que o governo é capaz de lidar com as
demandas de seus cidadãos de forma mais eficiente, há uma maior confiança e
empatia pelos gestores públicos, especialmente em momentos de turbulência ou
dificuldade. Uma pesquisa da McKinsey demonstrou que consumidores/cidadãos
satisfeitos aumentam a sua confiança no governo em até 9 vezes. - Uma expansão da reputação – Com mais confiança, existe um crescimento da
reputação da gestão pública para os cidadãos. Além disso, assim como ocorre em
outras áreas, as pessoas podem fazer elogios ao governo, o que cria um ambiente
positivo a favor do governo. Na mesma pesquisa da McKinsey, a percepção de que os
serviços são entregues amplia a satisfação do cidadão também em até 9 vezes.
“É crucial para os serviços públicos minimizar a imprecisão e outros erros,
considerando o impacto fundamental dos serviços públicos na vida dos cidadãos.
Serviços automatizados e bem desenvolvidos evitam as fragilidades humanas, como a
fadiga ou distração que pode levar a dados incorretos ou erros de cálculo”, ressalta a
McKinsey. - A percepção dos servidores públicos – Quando as tarefas rotineiras são
automatizadas por meio da tecnologia, os próprios servidores públicos se sentem com
mais energia e empoderados para buscar mais inovações e melhorias, que podem ser
potencializadas com a tecnologia. Estima-se que a moral dos servidores pode ser
ampliada em 50% ao entregar uma boa experiência ao cidadão.
Smart cities
Nos últimos anos, as cidades inteligentes – ou smart cities – caíram no gosto popular e
passaram a ser buscadas dentro das diferentes alçadas do poder público. Na definição
da União Europeia (EU), trata-se de sistemas de pessoas interagindo e usando energia,
serviços e tecnologia para catalisar o desenvolvimento econômico e melhoria da
qualidade de vida.
Na visão da UE, as Smart Cities se organizam em três frentes:
- Explorar – Ver e entender as dificuldades e as necessidades futuras.
- Forma – Este quesito trata da maneira como os projetos podem ser implementados.
Uma boa ideia, especialmente quando se trata de gestão pública, precisa ser viável,
seja de forma isolada pelo poder público ou em parceria com a iniciativa privada. - Acordo – Foco em estabelecer relações e oportunidades para garantir a viabilidade
do projeto.
De acordo com a consultoria Precedence Research, o mercado global de smart cities
estava estimado em US$ 1.273 bilhão e é esperado que atinja US$ 7.162 bilhões em
2030 — um crescimento de 24,1% ao ano.
“O avanço da tecnologia abasteceu a adoção da Internet das Coisas em cidades para
gerenciar o fluxo de tráfego, monitoramento da infraestrutura, qualidade do ar e da
água”, diz o relatório da consultoria. “A crescente necessidade de garantir a segurança
pública, uso eficiente de recursos, a maior demanda por energia eficiente e meio
ambiente são esperadas para estimular o desenvolvimento”, acrescenta.
A gestão pública enfrenta mais dificuldades do que a iniciativa privada para inovar,
especialmente pela limitação de recursos e por questões burocráticas – que são
inerentes à maioria dos países. Apesar disso, a área governamental poderia ter vários
benefícios em sua gestão e na oferta de serviços públicos propiciados a seus cidadãos.
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