Suporte de TI: como atender múltiplos usuários ao mesmo tempo e otimizar sua operação

Busca por melhoria no segmento de Tecnologia da Informação passa necessariamente por uma mudança de visão sobre a sua finalidade para as empresas

Em 2022, o mercado de TI deve seguir em alta no Brasil. As projeções da IDC Brasil são de um aumento de 8,2% no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC). O segmento de TI isolado deve ter avanço superior a 10%, direcionado às áreas de produtividade e controle de custos, customer experience, novos produtos e serviços e atração e retenção de talentos.

O country manager da IDC Brasil, Denis Arcieri, vê boas perspectivas para o mercado de serviços de TI e de software ao longo deste ano, especialmente em uma mudança de perspectiva sobre a área. “A necessidade de gerar mais negócios está convidando as empresas a repensarem suas prioridades e, consecutivamente, aumentando a demanda por soluções de TI”, analisa.

Diante desse cenário, no qual as organizações pretendem aumentar seus investimentos na área, um dos grandes desafios buscados por empresários é tornar a sua operação de TI mais efetiva ao ponto de incrementar e ganhar a capacidade de atender múltiplos usuários e otimizar a operação sem onerar a organização. Existe uma receita padrão para chegar a esse resultado?

TI é uma área estratégica

Na avaliação do CEO da Inove Solutions, Walter Troncoso, o primeiro passo que as empresas devem dar em direção ao suporte de TI é entenderem que o departamento é muito mais do que uma despesa ou custo. Mesmo com todas as novas demandas surgidas em meio à pandemia, ainda existe uma mentalidade equivocada sobre o segmento, que não é entendido como estratégico por muitas empresas.

“A visão de muitas empresas sempre foi que a TI era a despesa, pois não dá o lucro direto como acontece na área de vendas. Muitas vezes, no objetivo do negócio, em um momento de corte de despesas, as adequações repercutem na TI”, explica Troncoso. “Mesmo que exista a necessidade de cortar custos, é possível fazer de forma inteligente, permitindo o crescimento”, destaca.

Para Troncoso, a mudança inicial deve estar relacionada aos aspectos culturais das empresas. É difícil imaginar organizações que serão referência nos próximos anos sem um suporte de TI que garanta o atendimento de múltiplos usuários, a otimização da performance e a segurança.

“A TI já é um pilar essencial de qualquer negócio. No entanto, haverá uma grande mudança no mercado nos próximos 5 ou 10 anos. As organizações que entenderem isso vão conseguir progredir. Quem estiver na liderança neste período de transformação digital vai seguir à frente. Uma vez que isso aconteça, não sei se será possível ter volta”, opina.

Em 2021, o investimento em TI global teve aumento de 8,6% sobre 2020, de acordo com levantamento do Instituto Gartner. Para 2022, a projeção é de novo crescimento de 5,3%. O aumento de aporte de recursos não necessariamente significa uma melhora no dia a dia das corporações e na forma como os clientes enxergam as organizações. É preciso que os outros departamentos contem com o suporte de TI.

O papel da TI

Um dos papéis primordiais da TI nos próximos anos será na criação de boas experiências para os usuários. Todo o esforço de uma empresa deve se tornar mais efetiva para os seus usuários, tanto os internos (colaboradores) quanto os externos (clientes). Equívocos nesta área são difíceis de mensurar em razão da extensão desses impactos, que impedem a formação de novas parcerias.

“Pecar na experiência do usuário se reverte diretamente em diversos aspectos, o que inclui a imagem da marca, a percepção de potenciais clientes, a relação que se tem com os produtos. Tudo isso vai se acumulando negativamente, pesando sobre as companhias. Não é nem sequer possível mensurar quantos negócios deixaram de ser fechados por isso”, revela Troncoso.

Esse cuidado é ainda mais determinante com a transformação digital, que propicia um aumento no alcance das organizações, ampliando o volume de relações com consumidores. Pense em uma empresa que operava apenas fisicamente e passou a comercializar via e-commerce: seu público-alvo passou de pessoas de um determinado bairro até o limite de sua capacidade de entrega dos itens.

De acordo com Troncoso, o suporte de TI para o atendimento e outras melhorias é “ajustável”. O principal cuidado é com a criação de um modelo de arquitetura de TI que respeite a cultura da organização. “A arquitetura de TI é como a fundação de uma casa. Se for bem feita, eu terei flexibilidade para construir mais. A mesma lógica se aplica aqui”, raciocina.

É importante que as empresas se movimentem tendo essa mentalidade:

– Vamos adotar um novo sistema? É preciso homologá-lo antes da implementação.

– Vamos adquirir uma empresa: os sistemas e ferramentas precisam se adaptar a esse modelo.

– Vamos crescer? O que é necessário para ter uma estrutura adequada dentro dessa lógica.

“Quando toda a organização se movimenta dentro dessas bases, torna-se mais simples para encontrar as soluções e fazer com que a área deixe de ser um centro de custo para efetivamente oferecer um suporte de TI para toda a organização, como se espera em um mundo digital”, afirma.

Ou seja, mais do que meramente aumentar a quantia de recursos, é preciso garantir que a aplicação de verbas siga uma lógica dentro de um planejamento de curto, médio e longo prazo da organização, considerando as necessidades para melhorar a experiência dos clientes, sejam eles internos ou externos.

O suporte de TI para toda uma organização não depende apenas do volume de recursos destinado à área, mas a forma como esse departamento é entendido e pensado para o futuro. Mais do que dinheiro, o TI precisa ser entendido, de fato, como estratégico.