Aprenda a implementar arquitetura orientada a serviços (SOA)

Conceito facilita a integração entre aplicações e pode ser um diferencial para o uso de soluções na nuvem e alinhadas ao novo formato de trabalho, como o home office e o trabalho híbrido

Arquitetura orientada a serviços, conhecida como SOA na sigla em inglês, não se trata de novo tipo de tecnologia ou método adotado pelas empresas. É um conceito de arquitetura de TI que se propõe a facilitar a integração entre aplicações – normalmente disponibilizadas em forma de serviço, podendo ser compartilhadas e adotadas em ambientes distribuídos, caso do home office ou trabalho híbrido.

O objetivo com esse tipo de abordagem é dar agilidade, flexibilidade e reduzir custos das empresas que adotam em seus sistemas, tornando a TI uma área mais estratégica e efetiva. Para compreender melhor esses propósitos e benefícios da SOA, é preciso voltar um pouco no tempo.

Há alguns anos, para integrar sistemas, havia a necessidade de uma conexão personalizada entre dispositivos e componentes de TI, conhecida como integração point-to-point (P2P). Tratava-se de um trabalho complexo, difícil e sujeito a erros: a cada atualização de infraestrutura de aplicação ou de projetos novos, havia necessidade de modificá-la.

Com a SOA, os desenvolvedores tiveram a sua vida facilitada, graças ao uso de alguns protocolos padrão para a integração de aplicações ou serviços. No dia a dia, utiliza-se o chamado ESB (Enterprise Service Buses), que torna acessíveis as interfaces de serviços para o cliente. É um tipo de barramento de serviço voltado a simplificar essa integração, garantindo a disponibilização de serviços, sistemas e processos.

De forma simples, a SOA simplificou a vida da equipe técnica de TI e, ao mesmo tempo, viabilizou a oferta de serviços distribuídos para as empresas, sem a necessidade de aportes constantes. Por esse motivo, a arquitetura orientada a serviços passou a ser vista como um objetivo por muitas organizações, especialmente após as novas demandas trazidas depois da pandemia.

Quais as características da SOA e como implementá-la?

Depois de compreender o que é a SOA e a sua importância, vamos falar de algumas de suas características principais. Muitos usuários utilizam soluções e serviços relacionados à SOA, mas não têm conhecimento sobre o tema, o que é uma de suas características principais. Há a informação de que os serviços são usados, mas não de como são executados.

Veja outros atributos:

Baixo acoplamento e composição de serviços – A ideia é dar o maior nível de independência entre os sistemas que compõem a SOA. Esse tipo de cuidado garante que as equipes técnicas possam realizar manutenções e trabalhar em atualizações sem interrupção do fornecimento, além de minimizar falhas. Com isso, esse conjunto de serviços pode formar novas aplicações compostas e mais completas.

Reutilização – Como falamos, a SOA usa protocolos padrão para a integração de serviços e sistemas. Por isso, uma de suas facilidades é ter a possibilidade de reuso de sua arquitetura para outras aplicações ou processos. Sucesso nessa estratégia resulta em economia de tempo e um melhor apoio de ativos.

Padrões claros – Como mencionamos antes, o ESB se baseia em protocolos de comunicação difundidos e conhecidos pelo mercado, como SOAP (Simple Object Access Protocol) e WSDL (Web Services Definition Language).

Requisições independentes – Cada requisição feita por uma aplicação é uma transação independente, sem considerar os pedidos anteriores. Dessa forma, não há retenção de informações.

Interoperabilidade – Os mesmos serviços podem ser oferecidos a diferentes sistemas, independentemente da plataforma e tecnologia, desde que sigam os protocolos de comunicação padrão.

Como organizar a arquitetura da SOA?

A SOA se reflete tanto para os clientes quanto para o público interno. Por isso, é preciso que seja pensada em diferentes camadas em sua implantação, contemplando:

Interface do cliente – São as interações de quem vai efetivamente usar aquela solução – seja um cliente final ou um colaborador. Quanto mais amigável, melhor, já que a experiência do usuário é importante!

Serviços e processos – Dentro de um catálogo, a empresa tem condição de optar pelos sistemas, aplicações e soluções, considerando os processos necessários para se chegar a esse resultado.

Componentes de serviços – Nela, pensa-se a construção de bibliotecas funcionais e técnicas, que podem servir de referências para o desenvolvimento de novas aplicações ou remodelá-las em prol dos projetos de curto, médio e longo prazos da organização.

Sistemas operacionais – É comum que as soluções adotadas pelas organizações contem com seus próprios sistemas operacionais, necessitando, por vezes, de integrações para tornar a sua gestão mais simples. É importante incluir os dados de cada empresa e fazer uma gestão adequada e segura.

As vantagens da SOA

Se forem seguidas essas características e a organização necessária, as empresas costumam contar com as seguintes vantagens de uma aplicação bem-sucedida da SOA:

Flexibilidade e autonomia – Ganha-se agilidade para criar e desenvolver novas aplicações. Além disso, os módulos são independentes, que podem ter novas funções ou propósitos específicos. Outra facilidade é agregar novas funcionalidades graças à estrutura da SOA.

Melhor proveito da infraestrutura de TI – Amplia-se a chance de reaproveitar os ativos já existentes, reduzindo custos e tendo mais agilidade e eficiência para as modificações e evoluções necessárias em um segmento competitivo.

Disponibilidade e confiabilidade – A independência entre os serviços contribui para a possibilidade de manutenção e de atualizações mantendo as soluções em operação.

Redução de custo – Há uma redução de custos com a TI, a partir dos itens mencionados logo acima: o aproveitamento de ativos e a sua confiabilidade.

Escalabilidade – Os padrões de comunicação permitem o crescimento dos serviços e soluções de acordo com a demanda – tanto em um aumento quanto em uma redução.

Produtividade e qualidade – A equipe de TI pode se focar em atividades mais estratégicas, e o funcionamento dos sistemas e soluções dão tranquilidade aos colaboradores, garantindo dispositivos homogêneos e processos fluídos.

Esse desenho proporcionado pela SOA facilita a transição dos negócios para o uso de novas tecnologias no dia a dia, caso da Internet das Coisas (IoT), big data, analytics, entre outras exigências trazidas pelo mundo dos negócios. Essa visão descentralizada propiciada pela arquitetura orientada a serviços torna essa evolução tecnológica mais simples e eficaz, com um menor aporte de recursos.

Qual a diferença de SOA e microserviços?

Há uma confusão para muitos entre SOA e microsserviços. Enquanto a SOA consiste em uma arquitetura de TI, os microsserviços são uma abordagem de desenvolvimento de softwares, com pequenos serviços se comunicando entre si. Na SOA, esse padrão é mais centralizado, desenvolvendo padrões em torno de uma plataforma de tecnologia.

Para os microsserviços, cada um deles conta com uma base de código separada, fazendo com que sua administração seja simples, inclusive por equipes pequenas. Em um paralelo, é possível afirmar que os microsserviços são como diferentes módulos, facilitando desenvolvimento, testagem, atualização e implantação.

Como são módulos distintos, é possível implantar os microsserviços de forma independente, já que os dados e informações estão restritos a cada um deles, com comunicação via API.

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